No dia 05/09/2017 foi inaugurado o Laboratório do Sono, vinculado ao Centro de Estudos da Saúde do Trabalhador e Ecologia Humana (Cesteh/Ensp/Fiocruz), o primeiro laboratório do país destinado a estudar como a privação do sono impacta a saúde do trabalhador. Coordenado pela pesquisadora Liliane Reis Teixeira, o espaço possui isolamento acústico, dois quartos, um banheiro, uma antessala (recepção e sala de espera), uma copa e uma sala de monitoramento. O laboratório possui capacidade para realizar uma média de 40 polissonografias por mês – exame indicado para detectar distúrbios do sono.
No discurso de inauguração do espaço, o diretor da Ensp, Hermano Castro, ressaltou a importância do laboratório ao dizer que “a iniciativa fortalece o SUS e deve preencher rapidamente todos os moldes previstos na regulação para atender a todos os profissionais da rede”.
A inauguração contou com a participação do professor Geraldo Lorenzi Filho, diretor do Laboratório do Sono do Instituto do Coração do Hospital das Clínicas (Incor), da USP. Em sua fala sobre o sono na sociedade brasileira, o professor discorreu sobre o que leva o indivíduo a dormir, a privação de sono da sociedade atual, a apneia do sono e destacou a relação entre saúde do trabalhador e o sono ao afirmar que "para falarmos em saúde do trabalhador, bem-estar e ausência de medo, temos que falar do sono".
O Laboratório do Sono permitirá a avaliação do sono nos profissionais que trabalham em turnos, à noite e em atividades com exposição a riscos químicos e físicos. A coordenadora do laboratório assegurou que o trabalho será voltado exclusivamente para a saúde do trabalhador. Para a coordenadora do Cesteh, Katia Reis, o laboratório lida com um tema central para a saúde do trabalhador: a temporalidade do trabalho, visto que “a jornada de trabalho e a intensificação devem ser analisadas na perspectiva da saúde”.
De acordo com a Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia, o sono é uma função biológica fundamental. Por esta razão, as perturbações do sono afetam significativamente os seres humanos, por provocarem prejuízo da qualidade de vida, disfunção autonômica, queda do desempenho profissional ou acadêmico, aumento na incidência de transtornos psiquiátricos, diminuição da vigilância e consequente aumento do número de acidentes, entre outras implicações para a saúde. As pessoas que dormem mal tendem a ter mais morbidades, menor expectativa de vida e envelhecimento precoce.
Fonte: Informe Ensp
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