O Centro de Estudos da Saúde do Trabalhador e Ecologia Humana (Cesteh) foi inaugurado em 10 de dezembro de 1985, sob a gestão do presidente da Fiocruz Sergio Arouca, e já se configurava como parte de um amplo movimento nacional, em favor do estabelecimento da saúde do trabalhador como política pública.

Durante os anos de 1985 e 1986, houve mudanças de enfoque e de paradigmas relacionados com a saúde pública. A partir desta data, os temas deste campo passaram a ser debatidos, em conjunto com a sociedade civil, numa perspectiva mais ampla, assumindo-se uma concepção em concordância com a VIII Conferência Nacional de Saúde, realizada em março de 1986.

O surgimento do campo de saúde do trabalhador no Brasil está relacionado com as atividades realizadas pelos pesquisadores e técnicos do Cesteh. Exemplo disso, foi o papel do Cesteh como intelectual orgânico coletivo, na organização, condução e produção dos debates durante as duas primeiras conferências nacionais de saúde do trabalhador, realizadas em 1986 e 1994.

A incorporação do termo “ecologia humana” estabeleceu uma relação essencial entre “ambiente, produção e saúde”, tendo destaque a criação, no momento de sua inauguração, do Laboratório de Toxicologia, para o estabelecimento de parâmetros de toxicidade.

Desde a sua criação, o Cesteh vem realizando diversas atividades de formulação e organização da área, tais como: participação ativa na construção da área de saúde do trabalhador no SUS, nos debates sobre a Reforma Sanitária e sobre legislação, assessorias a diversos programas de saúde do trabalhador, participação em 2002 na criação da Rede Nacional de Saúde do Trabalhador (Renast) e, na participação em 2012, da Política Nacional de Saúde do Trabalhador e da Trabalhadora (PNSTT).

Sendo assim, a construção do Cesteh, é compreendida como um marco importante na redefinição do campo de saúde coletiva, tendo como missão o desenvolvimento de pesquisas, ensino, serviços e cooperação técnica nas relações de trabalho, saúde e ambiente, no contexto da saúde pública.